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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Obina supera a tudo e todos e segue como principal avante do Fla

Luciano Paiva, especial para o Pelé.Net

Porém, após alguns momentos complicados, xodó da torcida admite que pensou em deixar o Rubro-Negro

RIO DE JANEIRO - Desde o início desta temporada, um nome sempre é lembrado quando as coisas começam a ficar feias no ataque do Flamengo: Obina. Apesar do rodízio de jogadores na posição, o folclórico centroavante é visto como a solução imediata para a falta de gols.

Com as saídas de Marcinho, que foi para o Qatar no momento em que brigava pela artilharia do Campeonato Brasileiro, de Souza, que foi para a Grécia, e com a grave lesão no braço sofrida por Diego Tardelli, a diretoria do Flamengo reforçou o grupo com Vandinho, maior goleador em atividade no futebol brasileiro quando foi contratado, e Josiel, que foi o artilheiro do Brasileirão de 2006, com 20 gols.
Além destes, Marcelinho Paraíba e Fernandão, que estava em Israel. No entanto, nenhum desses nomes conseguiu acabar com o sono do xodó rubro-negro.
Em entrevista ao UOL Esporte/ Pelé.Net, Obina destaca como conseguiu superar um período de dificuldades para se adaptar à pressão de vestir a camisa do Flamengo. O jogador, que durante ao longo de toda a reportagem não deixou de ser ovacionado um minuto por centenas de crianças, diz que a maior fonte de energia para superar os obstáculos vem dele mesmo.
"Em momento algum fiquei preocupado com as chegadas de novas peças para o ataque da equipe. Até pelo fato de todos terem sido contratados para ajudar o Flamengo, não para ficar com a vaga de titular. Alguns nem tiveram a oportunidade de estrear ainda. O que tenho de fazer é ficar atento para agarrar as minha chances", disse o baiano, de 25 anos, que no Campeonato Brasileiro deste ano já marcou três gols. Com a camisa do Rubro-Negro, o atacante disputou 157 partidas e marcou 43 vezes.
Uma pessoa serena e humilde, Obina chegou à Gávea em um período turbulento, pois o Flamengo andava ameaçado pelo risco claro de rebaixamento para a Segunda Divisão do Brasileirão. Após uma passagem apagada pelo futebol árabe, no Al-Ittihad, o atacante veio para o Rio de Janeiro com status de grande revelação, goleador e promessa do Vitória. Mas nem tudo saiu da maneira como ele planejou no início de sua caminhada no novo clube.
"Eu sempre fui uma pessoa tranqüila. Mas é claro que em determinado momento todas as cobranças me incomodaram demais. Só que eu tinha de acreditar em mim, só eu mesmo poderia fazer isso. Acho que foi desta maneira, mantendo a serenidade, que consegui fazer gols e conquistar títulos importantes", diz o jogador.

Mais maduro, Obina revela que até pensou em deixar o Flamengo por causa das duras críticas ao seu futebol. Além disso, a série de problemas com a balança criou um clima de pura resistência e aceitação por parte da torcida. Mas, nas voltas em que o mundo dá, coube a ele fazer um dos primeiros gols decisivos pelo clube. Na reta final do Campeonato Brasileiro de 2005, em uma partida contra o Paraná, em Curitiba, Obina fez o gol da vitória que assegurou a permanência do Rubro-Negro na elite do futebol nacional.
Porém, o jogador sabe que, na verdade, toda a desconfiança só passou a ser deixada de lado após o primeiro gol da primeira partida decisiva da Copa do Brasil de 2006, contra o Vasco. Foi ele quem abriu o caminho para o bicampeonato da competição, além de recolocar o Rubro-Negro na disputa de mais uma Libertadores da América.
"Realmente pensei em sair, era uma coisa que me deixava muito chateado. Mas a minha família sempre me deu força e me pediram para que continuasse aqui no clube. Uma hora aqueles problemas iriam acabar e as coisas iriam se acertar", destacou o atacante.
"O Cara" do Flamengo
Após se firmar como um verdadeiro símbolo, que tem o seu lugar assegurado no coração do torcedor rubro-negro, Obina sabe exatamente de que a sua responsabilidade aumentou dentro da equipe. Ano após ano, contratação após contratação, o xodó aparece como um verdadeiro highlander entre os que permanecem no clube. Afinal, entrar na equipe em momentos complicados tornou-se a sua especialidade. Ou seja, o jogador já encara esse tipo de coisa com uma certa naturalidade.
"É até engraçado isso mesmo. Só que sou uma pessoa que chama mesmo a responsabilidade. É diferente, pois sempre que entro tenho de levar o peso de ter de fazer os gols da equipe. Até os jogadores aqui dentro brincam comigo em relação a isso. Não tenho medo de errar, não tenho mais temor das vaias. Se na primeira bola que eu pegar, arriscar o chute e isolar, tento outras dez vezes até acertar uma hora", disse Obina, que passou pelo momento mais difícil em sua carreira durante a semifinal da Taça Guanabara de 2007.
Logo no início do clássico, ele recebe uma bola dentro da área cruzmaltina, faz o gol e rompe os ligamentos do joelho esquerdo. Dali em diante, Obina vive um verdadeiro calvário e ficou cinco meses afastado dos gramados.
TÍTULOS:
Campeão baiano pelo Vitória, em 2004
Campeão da Copa do Brasil, em 2006, pelo Flamengo
Bicampeão da Taça Guanabara e Carioca, em 2006 e 2007, pelo Flamengo
MOMENTOS IMPORTANTES:
20/11/2005 - Flamengo 1 x 0 Paraná, em Curitiba. Gol de Obina livra o Flamengo do rebaixamento.
19/07/2006 - Flamengo 2 x 0 Vasco (1º jogo da final da Copa do Brasil). Obina abre o placar.
15/02/2007 - Flamengo 1 x 1 Vasco (semifinal da Taça Guanabara) Obina faz o gol e machuca o joelho esquerdo.
19/07/2007 - Flamengo 1 x 2 Paraná (Obina retorna ao time após lesão)
27/04/2008 - Flamengo 1 x 0 Botafogo (Final do Estadual - 1º jogo). Gol foi de Obina
04/05/2008 - Flamengo 3 x 1 Botafogo (Final do Estadual - 2º jogo). Obina fez dois gols.

Fonte: http://www.flamengo.com.br/portal//AgenciaFla/Obina-supera-a-tudo-e-todos-e-segue-como-principal-avante-do-Fla

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