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segunda-feira, 8 de maio de 2017

Hegemonia rubro-negra no Rio de Janeiro

Flamengo conquista 34º título e garante maior número de taças do Carioca

Em 07/05/2017 às 18h00
Mariana Sá*
Comunicação Flamengo
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Rio de Janeiro mais uma vez está pintado de vermelho e preto. Pela trigésima quarta vez desde 1912, quando o Mais Querido entrou em campo no Campeonato Carioca pela primeira vez, o Flamengo domina o estado e, novamente, reafirma a hegemonia estabelecida no torneio, visto que segue, com folga, como o maior campeão da competição.

O Flamengo ultrapassou o Fluminense em número de títulos no dia 3 de maio de 2009, quando bateu o Botafogo na terceira final do Campeonato Carioca seguida, conquistando o tricampeonato pela quinta vez em sua história. Aquela foi a 31ª taça do Mais Querido no Estadual, desempatando o número de conquistas com o adversário tricolor.
A hegemonia no Rio de Janeiro já chega há nove anos, visto que o Flamengo segue como maior campeão da competição isolado. O Fluminense vem depois com 31 títulos, seguido pelo Vasco com 24 e Botafogo com 20.
O Mais Querido foi campeão em 1914, 1915 (invicto), 1920 (invicto), 1921, 1925, 1927, 1939, 1942, 1943, 1944, 1953, 1954, 1955, 1963, 1965, 1972, 1974, 1978, 1979 (invicto), 1979, 1981, 1986, 1991, 1996 (invicto), 1999, 2000, 2001, 2004, 2007, 2008, 2009, 2011 (invicto), 2014 e 2017 (invicto).
Maior vencedor do Campeonato Carioca nos últimos anos, o Flamengo foi campeão em sete dos últimos 16 torneios disputados neste século XXI, levando a taça em 2001, 2004, 2007, 2008, 2009; 2011, 2014 e, agora, em 2017. Neste período, o Fluminense foi campeão três vezes, assim como Botafogo e Vasco.

*sob supervisão de Isabela Abirached
 

domingo, 7 de maio de 2017

Flamengo bate o Flu de virada e fatura o título invicto do Carioca

Rubro-Negro consegue gols na reta final do jogo e fica com a taça do Estadual pela 34ª vez.

Igor Siqueira 
07/05/2017
18:02
Rio de Janeiro (RJ)
 
O Campeonato Carioca novamente tem o Flamengo como campeão. E, como cereja do bolo, um título invicto. Não teve repetição de 1995, quando o Fluminense frustrou a comemoração do rival rubro-negro. Teve, sim, o mesmo desfecho da final de 1991, com o Fla levando a melhor sobre o time das Laranjeiras e ficando com a taça. Neste domingo, em um Maracanã abarrotado por 58 mil pagantes, a vitória de virada por 2 a 1 foi construída na reta final do segundo tempo e foi o desfecho perfeito para a trajetória vitoriosa do time de Zé Ricardo na edição-2017 da competição.

Como disse o mosaico da torcida antes do apito inicial, o Fla, que tinha vencido o jogo de ida por 1 a 0, amplia a vantagem como "rei do Rio", faturando o Estadual pela 34ª vez. Guerrero e Rodinei foram os heróis da jornada rubro-negra, enquanto Henrique Dourado balançou as redes pelo Flu. 

FLU VEIO COM TUDO

Abel avisou antes do jogo: o Fluminense não repetiria a postura cautelosa, como nos primeiros 90 minutos da final. A proposta tricolor, até pela necessidade óbvia de balançar as redes, seria "incendiar" o clássico desde o começo. E assim foi. Com um Flamengo ainda em aquecimento, o Flu abriu o placar, com Henrique Dourado. O Ceifador aproveitou que a cobrança de escanteio foi desviada na direção do primeiro poste e levou a melhor na disputa pelo alto com Réver.

Tomando um golpe com menos de três minutos e vendo a vantagem evaporar, o Flamengo passou a tentar sufocar o Fluminense. Mas, sem um armador de natureza, já que Trauco foi improvisado como meia central, as coisas ficaram complicadas. Foi muito chutão e várias bolas esticadas, sem sucesso, para os velocistas Berrío e Everton.

A exceção à regra de jogadas frustradas rubro-negras, com o ingrediente da boa marcação tricolor, foi uma finalização de Everton que exigiu de Cavalieri uma defesa digna de aplausos em pé. Essa ocasião, inclusive, só aconteceu porque Zé Ricardo já tinha começado a buscar alternativas ofensivas, invertendo Everton e Berrío de lado.

No segundo tempo, o Fluminense manteve a proposta de abafar para resolver a parada. Só que o gol não veio nos minutos iniciais, apesar do espaço que o Fla deu para as incursões tricolores no setor ofensivo.

Zé Ricardo, então, apostou em mais mudanças táticas. O quadro usado foi parecido com o que deu certo contra a Universidad Católica, com Rodinei jogando como meia aberto na direita. O resultado não foi tão imediato porque o time não estava tão inspirado como na quarta-feira anterior.

Enquanto isso, o Flu nem os contra-ataques conseguia encaixar mais, só que passou a apostar em bolas alçadas na área. Mais ligada, a defesa rubro-negra se salvou como pôde.

GUERRERO SURGE

O tempo foi passado. A disputa por pênaltis já se desenhava, um roteiro que repetiria a decisão da Taça Guanabara. Mas aí apareceu um certo peruano, que passou o jogo todo brigando sem sucesso com os zagueiros. Um peruano que vive, talvez, a melhor fase da carreira. Um peruano que decide. Paolo Guerrero aproveitou o rebote de Cavalieri e empatou o jogo. Era o resultado mínimo para a confirmação da conquista do Flamengo.

O Rubro-Negro, que ficou em vantagem numérica após a expulsão de Diego Cavalieri, não deixou a chance escapar. E até conseguiu colocar uma pá de cal sobre a "sepultura" do Flu no último lance do jogo, com Rodinei fazendo o segundo gol.

Após três anos, a torcida do Flamengo volta, com autoridade, a soltar o grito de campeão estadual.

FLAMENGO 2 X 1 FLUMINENSE
 
Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
Data/Hora: 7/5/2017, às 16h
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães (Fifa-RJ)
Assistentes: Luiz Claudio Regazzone e Michael Correia (RJ)
Cartões amarelos: Pará, Márcio Araújo (FLA); Henrique Dourado, Wellington Silva, Lucas, Léo (FLU)
Cartão vermelho: Diego Cavalieri, 47'/2ºT (FLU)
Renda/Público: R$ 3.242.130,00 / 58.399 pagantes
Gols: Henrique Dourado, 3'/1ºT (0-1); Guerrero, 40'/2ºT (1-1); Rodinei, 50'/2ºT (2-1)

Flamengo: Alex Muralha, Pará, Réver, Rafael Vaz e Renê; Márcio Araújo, Willian Arão, Trauco (Rodinei, 16'/2ºT), Everton (Juan, 43'/2ºT) e Berrío (Gabriel, 11'/2ºT); Guerrero. Técnico: Zé Ricardo.

Fluminense: Diego Cavalieri, Lucas, Renato Chaves, Henrique e Léo; Orejuela, Wendel (Marcos Júnior, 42'/2ºT) e Sornoza; Richarlison (Pedro, 41'/2ºT), Wellington Silva (Maranhão, 17'/2ºT) e Henrique Dourado. Técnico: Abel Braga.
 

É campeão invicto! Fla vence o Flu de virada e conquista seu 34º título do Carioca

Guerrero e Rodinei marcam os gols da vitória do Rubro-Negro, que volta a levantar a taça após três temporadas. Rivais não disputavam uma final estadual há 22 anos 

 

Depois de três anos, o Flamengo é novamente campeão carioca. O Rubro-Negro venceu o Fluminense por 2 a 1, de virada, neste domingo, no Maracanã, e chegou ao seu 34º título estadual. E de forma invicta. A equipe tinha a vantagem, já que havia vencido o primeiro jogo por 1 a 0, no último fim de semana. O Tricolor abriu o placar logo aos três minutos de jogo com Henrique Dourado, mas, aos 39 do segundo tempo, Gerrero fez o gol que garantiria a taça. Já com o Flu com um a menos, Rodinei marcou o gol do título aos 50 minutos.  

O último encontro da dupla Fla-Flu em uma final havia sido em 1995, há 22 anos, quando o Tricolor ficou com o título depois de vencer por 3 a 2, com o famoso gol de barriga marcado por Renato Gaúcho. 

Flu faz pressão e abre o placar
 
Em desvantagem, o Flu iniciou o jogo como tinha que ser, pressionando. Deu certo. Logo aos três minutos, Sornoza cobrou escanteio, Renato Chaves desviou e a bola sobrou para Henrique Dourado mandar de cabeça para rede: 1 a 0. Só então o Flamengo começou a acordar e passou a ter mais posse de bola - quase 70% - do que o Tricolor, que automaticamente passou a ter uma postura mais conservadora. Renê e Everton tiveram duas boas chances para o Rubro-Negro, mas não conseguiram aproveitar.
O Flu levava perigo nas cobranças laterais de Léo Pelé, que jogava a bola direto na área. Em uma delas, Henrique teve a oportunidade, mas foi travado. No último lance da primeira etapa, em um rápido contra-ataque, Wellington Silva chegou em boas condições de finalizar, mas a zaga salvou. 

Fla vira no segundo tempo e faz a alegria da torcida
 
O Tricolor manteve a estratégia de buscar os contra-ataques, e, apesar de ser o Fla a ter mais volume, foi a equipe de Abel Braga que conseguia as chances mais claras. Sornoza arriscou de fora, e Muralha tirou com a ponta dos dedos. Com a decisão indo para os pênaltis, a tensão tomava conta dos times e da torcida. Ninguém queria se arriscar demais. Guerrero, bem marcado, conseguia pouco espaço. Em uma rara oportunidade, se livrou da marcação mas não conseguiu acertar o alvo na finalização. Renato Chaves, após cobrança de escanteio, quase arrancou o grito de gol da torcida em cabeçada, mas Muralha defendeu.
A emoção maior estava guardada para os minutos finais. Aos 39, Gabriel cobrou escanteio, Réver mandou de cabeça, Cavalieri deu rebote e Gerrero chutou forte para deixar o placar empatado em 1 a 1. O resultado dava o título ao Flamengo, e Abel Braga colocou Marcos Junior e Pedro para fazer a pressão no desespero. Não surtiu efeito. E ainda houve tempo para Diego Cavalieri ser expulso. Ele era o último homem e fez falta dura em Rodinei, que o havia driblado.
Aos 50 minutos, o Fla deu o golpe final. Rodinei entrou na área e chutou cruzado. Orejuela tentou, mas não conseguiu a defesa. A essa altura o Maracanã já estava enlouquecido e ao grito de "É campeão!". 
 

sábado, 6 de maio de 2017

SOB A BATUTA DO MAESTRO JÚNIOR

A dupla Fla-Flu voltou a protagonizar uma final de Carioca no ano de 1991. O Fluminense, treinado por Edinho, foi muito bem na Taça GB e levou o caneco. O Flamengo, depois do início irregular da garotada que tinha no veterano Junior a sua referência, se arrumou para o returno, ganhou o título e, após bater o Botafogo em jogo extra (1 a 0, gol de Gaúcho), chegou animado às finais.

1991 - FLAMENGO CAMPEÃO - 4x2
Após empate (1 a 1) na ida, veio a decisão no dia 19 de dezembro. Uma quinta-feira à noite que levou um público menor do que o esperado, menos de 50 mil. E a torcida do Fla, mais numerosa, viu seu time dominar totalmente até Junior Baiano vacilar e Ézio pôr o Flu em vantagem.

Na etapa final, o Tricolor teve tudo para ampliar com Renato, mas três lances definiram o jogo. A lesão de Bobô, o gol de empate de Uidemar quando ninguém esperava e a expulsão de Carlinhos Itaberá. Logo o Fla virou com o “gol diferente” de Gaúcho, aos 25. O Flu ainda teve outro expulso (Pires) e se perdeu de vez. O Fla marcou mais dois, sofreu um, e esperou o juiz apitar o fim do jogo para dar a volta olímpica.

FLAMENGO 4x2 FLUMINENSE

LOCAL:
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
PÚBLICO: 49.975
ÁRBITRO: Cláudio Vinícius Cerdeira

Gols: Ézio, 37/1T (0-1), Uidemar, 12/2T (1-1), Gaúcho, 25/2T (2-1), Zinho, 32//2T
(3-1), Ézio, 33/2T (3-2) e Júnior, 38/2T (4-2)

Cartões vermelhos: Carlinhos Itaberá e Pires (FLU)

FLAMENGO: Gilmar, Charles Guerreiro, Gottardo, Júnior Baiano, Piá, Uidemar, Júnior, Nélio (Marcelinho), Zinho, Paulo Nunes, Gaúcho.. Técnico: Carlinhos

FLUMINENSE: Ricardo Pinto, Carlinhos Itaberá, Sandro, Júlio Alves, Marcelo Barreto, Pires, Marcelo Gomes, Ribamar (Marcelo Ribeiro), Renato, Bobô (Márcio), Ézio. Técnico: Edinho

OS DESTAQUES

NO FLAMENGO


Júnior, com 37 anos, se aposentaria após o Carioca. Mas saiu-se tão bem que resolveu seguir a carreira, foi campeão brasileiro e até convocado para a Seleção. Foi o cara. Mas o Fla era bem mesclado, com jogadores em alta (Charles, Gottardo, Uidemar, Gaúcho e o goleiro Gilmar) e garotos que viraram ídolos como Júnior Baiano, Djalminha, Paulo Nunes e Marcelinho.

NO FLUMINENSE
Bobô, então um dos craques do futebol brasileiro, era o expoente daquele time treinado por Edinho e que não tinha nem de longe a qualificação do Flamengo, mas era muito bem arrumado. Porém, para qualquer torcedor tricolor o ídolo máximo era o atacante Ézio, o SuperÉzio um dos maiores artilheiros da história do Fluminense.
Flamengo 4x2 Fluminense - Carioca de 1991
Flamengo deslanchou de vez quando Fluminense teve Carlinhos Itaberá e Pires expulsos (Foto:Reprodução/Youtube)
FLAMENGO - BATE-BOLA

'Fui o 'irmão mais velho' da garotada'

JÚNIOR
Cérebro do Flamengo em 1991

Como foi reger aquela “nova geração” que se impôs no Fla-Flu e conseguiu o título carioca de 1991?

O título foi uma consolidação daquela molecada que vinha bem dos juniores
após a conquista da Copinha-SP de 1990. Eu, como último remanescente da geração anterior, tinha a responsabilidade de ser um “irmão mais velho”. Pessoalmente, o Carioca de 1991 teve uma importância grande no meu lado pessoal e ligada ao meu filho. Ele sempre me perguntava “quando te verei jogar no Maracanã?”. Foi um momento bem emocionante.

De que maneira a equipe soube reagir após ir para o intervalo em desvantagem?

Mesmo atrás, a gente tinha maturidade para saber que sofremos o gol quando estávamos jogando bem. Tínhamos condições de mudar o placar. Assim, aos poucos, fomos conseguindo a virada.

Qual a importância do treinador Carlinhos para aquele time?
Muita. Ele conhecia aquela molecada toda, e conseguia fazer um 4-3-3, alternando nas pontas Nélio, Paulo Nunes, Marcelinho... E ainda tínhamos o Gaúcho lá na frente e vivendo a sua melhor fase, com ótima cabeçada, finalizando com eficácia e de tudo quanto era jeito.

O CLÁSSICO
'Fla de jovens e Júnior como mola mestra'
Trecho extraído do livro 'Fla-Flu - O Jogo do Século', de Roberto Assaf e Clóvis Martins, da Editora Letras & Expressões
A chuva insistente que caiu durante a quinta-feira atrapalhou. O público não chegou a 50 mil pagantes. Mas não foi capaz de prejudicar o toque de bola do Flamengo, que venceu por 4 a 2, o primeiro sobre o Fluminense desde 1972.
O Fluminense ficou na frente até os 12 minutos, quando o Flamengo iniciou sua reação. O gol de Uidemar desestruturou o Tricolor.

Nervosos, seus jogadores provocaram suas próprias expulsões: com as saídas de Carlinhos Itaberá e Pires, o Flamengo passou a mandar no jogo. Gaúcho fez 2 a 1, Zinho ampliou, Ézio diminuiu, mas Júnior definiu o 4 a 2. Terminada a partida, os tricolores abriram berreiro contra o juiz Cláudio Cerdeira, culpan-
do-no pela derrota, mas esqueceram que tinham deixado Júnior manobrando as ações, sem ser importunado.

Aos 37 anos, o apoiador foi a ‘‘mola mestra’’ de uma equipe jovem que superou
obstáculos com garra e união. Tanto o Rubro-Negro era superior que muitos de seus jogadores fizeram fama. Gilmar e Zinho foram campeões da Copa de
1994, e Júnior Baiano, Djalminha, Paulo Nunes e Marcelinho defenderam grandes clubes.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

FLA X FLU

O Carioca de 1963 se desenhava para o bicampeão Botafogo de Garrincha & Cia. Ou para o Bangu, que teve um início excepcional. Mas a regularidade na competição levaram Flamengo e Fluminense para a última rodada como os únicos candidatos ao título. Era dia 15 de dezembro. O Rubro-Negro tinha 38 pontos, o Tricolor. 37.

O interesse pela partida era gigantesco e prova disso foi que o público que compareceu ao estádio – 177.020 – até hoje só é oficialmente superado pelo jogo Brasil x Paraguai pelas Eliminatórias de 1969 e ostenta a marca de jogo entre clubes com a maior audiência da história do futebol brasileiro.

O jogo em si foi bem truncado, com o Flamengo jogando pelo empate e cadenciando a partida, até porque estava com seu principal volante, Nelsinho, jogando no sacrifício, o que fez seu companheiro Carlinhos (Violino, que depois se tornaria técnico de sucesso no Fla) se desdobrar. O Fluminense, embora tenha buscado o ataque, parou nas mãos do goleiro Marcial, o herói da partida e a torcida lamentou muito um gol feito perdido por Escurinho.

Foi um triunfo da superação para um time que perdeu sua maior revelação (o ‘Canhotinha’ Gérson, que, às turras com a diretoria, acabaria sendo negociado para o Botafogo) e tinha Dida, maior ídolo do clube (até o surgimento de Zico) em fim de carreira.

FLAMENGO 0x0 FLUMINENSE

LOCAL:
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
PÚBLICO:  177.020
ÁRBITRO: Claudio Magalhães

FLAMENGO: Marcial; Murilo, Luis Carlos, Ananias e Paulo Henrique; Carlinhos e Nelsinho; Espanhol, Aírton, Geraldo e Osvaldo T: Flávio Costa

FLUMINENSE: Castilho; Carlos Alberto Torres, Procópio, Dari e Altair; Oldair e Joaquinzinho; Edinho, Manoel, Evaldo e Escurinho. T: Zezé Moreira

OS DESTAQUES
NO FLAMENGO
Embora o elenco do Flamengo de 63 tivesse ídolos do porte de Carlinhos,
Nelsinho e Dida (este em reta final de carreira e na reserva), a final de 1963 teve um herói: o goleiro Marcial. Suas defesas salvaram o Flamengo. Aquele 15/12 foi o dia da sua vida.

NO FLUMINENSE
O elenco tinha Carlos Alberto Torres (para muitos, o maior lateral-direito da história) em início de carreira e hoje é o Capita do Tri o nome de maior relevância daquele elenco. Mas, na época, não havia dúvidas. O mítico goleiro Castilho era o cara. Amargou o vice, (mas em 64 seria campeão).

'Suspense em jogo lotado'
Trecho extraído do livro 'Fla-Flu - O Jogo do Século', de Roberto Assaf e Clóvis Martins, da Editora Letras & Expressões

O Maracanã recebe 177.020 pagantes, maior público da história dos Fla-Flus, em época de crise no país. Ao Flamengo, basta o empate para findar o jejum. Para o Fluminense, o duelo começou mal: um dia antes, o time foi passear em Teresópolis e o ônibus enguiçou.

O tricolor toma as rédeas, assusta. Aos 40 da etapa final, quando a torcida do
Flamengo ensaiava uma comemoração, Escurinho chuta para a mais importante defesa de Marcial. Fim do suspense. Desabafos, e a torcida canta o sucesso “Marcha do Remador”.

Flamengo - campeão carioca de 1972
Flamengo de Doval e Caju faturou Carioca de 1972 (Reprodução)
1972 - FLAMENGO CAMPEÃO - 2x1
O Fla-Flu de número 215 da história definiu o campeão carioca de 1972. Era o último jogo de um triangular final que contou com o Fla (campeao do turno), Flu (campeão do returno) e Vasco (campeão do terceiro turno). O vencedor levaria o caneco e se ocorresse empate, haveria uma partida extra.

Os dois times tinham muitos astros. O argentino Doval comandava o ataque do Rubro-Negro, mas quem arrebentava era Paulo Cesar Caju, tricampeão de 1970 e recém-contratado ao Botafogo. O Fluminense não ficava atrás com Gérson Canhotinha, que finalmente defendia o clube de seu coração.

A decisão foi no feriado de 7 de setembro e levou mais de 136 mil ao Maracanã. A torcida rubro-negra foi ao êxtase no primeiro tempo, com os gols de Doval e de Caio Cambalhota. Com 2 a 0 no placar, o Rubro-Negro foi bem menos ousado na etapa final e, quando levou o gol de Jair aos 15 minutos, em um lance que começou num cochilo do ex-júnior Vanderlei (Luxemburgo, que viria a ser técnico renomado).

O jogo ficou emocionante, com o Fluzão lançado no ataque e o Flamengo conseguindo segurar o resultado e fazer a alegria da sua torcida, que desde 1965 não festejava o título estadual.

FLAMENGO 2x1 FLUMINENSE

LOCAL:
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
PÚBLICO: 136.829 pagantes
ÁRBITRO: Oscar Scolfaro
GOLS: 23’ 1T Doval (1-0); 38’ 2T Caio (2-0); 15’ 1T (2-1)
CARTÕES VERMELHOS: Moreira

FLAMENGO: Renato; Moreira, Chiquinho, Reyes (Tinho), e Vanderlei; Liminha e Zé Mário; Rogério (Vicentinho), Caio, Doval e Paulo Cesar Caju T: Zagallo

FLUMINENSE: Félix; Oliveira (Toninho), Ari, Hercílio, Assis e Marco Antônio; Denílson (Ivair) e Gérson; Cafuringa, Didi, Jair e Lula T: Pinheiro

OS DESTAQUES

NO FLAMENGO


Paulo César Caju foi o cérebro da equipe e Zico (com 18 anos) começou a ser
lançado aos poucos. Mas o cara foi Doval. O atacante, que voltara ao Rubro-Negro depois de um período no Huracán, só deixou de jogar uma partida e foi o artilheiro do time com 16 gols.

NO FLUMINENSE
O excelente time do Fluminense tinha os tricampeões com a Seleção de 1970, Félix, Gérson e Marco Antonio como seus astros. Nos Fla-Flus, o atacante Jair apareceu bem: fez gols nos três dos quatro clássicos que ocorreram naquele Estadual.

Drama e ‘superstição’
Trecho extraído do livro 'Fla-Flu - O Jogo do Século', de Roberto Assaf e Clóvis Martins, da Editora Letras & Expressões

Mesmo com a TV em cores como novidade, não houve transmissão, e 137 mil pessoas foram ao Maracanã. O Flamengo fez 2 a 0. Na etapa final, o técnico tricolor mandou explorar o setor esquerdo. Wanderley Luxemburgo deu de graça a Gérson, que lançou Jair, e o atacante diminuiu.

O Flamengo resistiu e venceu o título após fim dramático. Vice de futebol, Flávio Soares de Moura, explicou o “segredo”: ‘‘Não deixei que o presidente André Richer raspar a barba depois do título da Taça Guanabara. A superstição vingou”.