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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Herdeiros do Galinho: Renato Augusto



Renato Augusto foi decisivo na final do Campeonato Carioca de 2007 (Foto. Cleber Mendes)

Herdeiros do Galinho: Renato Augusto: 'Foi uma honra vestir a 10 do Flamengo'

Ex-rubro-negro relembra gol na final do Carioca de 2007 e revela ter realizado sonho de infância: 'Era um desejo muito grande'

Claudio Portella
Publicada em 25/08/2011 às 16:20
Rio de Janeiro (RJ)

Quem nunca ouviu essa frase: "Craque, o Flamengo faz em casa"? Um dos princípios do clube sempre foi revelar jogadores oriundos das divisões de base. A era Zico foi assim. E a maioria dos camisas 10 de sucesso pós Galinho também. Depois de Nélio, Sávio e Rodrigo Mendes, chegamos a um rubro-negro que vem triunfando no futebol alemão. Renato Augusto, que está desde 2008 no Bayer Leverkusen (ALE). Mas, antes ele manteve a tradição e como um dos Herdeiros de Zico, triunfou em uma decisão pelo Fla, mesmo sendo tão jovem.

E um dia 6 de maio de 2007 e com apenas 19 anos, Renato Augusto já carregava a responsabilidade de ser o camisa 10 do Flamengo em uma decisão de Campeonato Carioca. O adversário era o Botafogo, que vencia a finalíssima por 2 a 1 até os 27 minutos do segundo tempo, quando eis que o tal garoto começa a brilhar.

- Essa final foi realmente um marco para mim. Pude fazer um dos gols mais importantes da minha carreira. Só quem já passou por isso pode imaginar a emoção que pude sentir. Durante o jogo, estava esperando uma chance de chutar para o gol e, quando apareceu, arrisquei. Nem sabia que estava tão longe e percebi quando vi o gol pela televisão - revelou o ex-rubro-negro ao Herdeiros do Galinho.

Renato Augusto acertou um belo chute e seu gol deu o empate, quando o Botafogo estava perto de fazer o terceiro. Com isso, o título acabou sendo decidido nos pênaltis e o Fla sagrou-se campeão. E o sonho de Renato, virou realidade, com a camisa mística do Galinho.

- A responsabilidade de jogar com a camisa 10 é muito grande. Ela traz uma história de muitas vitórias e conquistas do clube e passou nas mãos de grandes jogadores. Foi uma grande honra. Principalmente porque era um desejo muito grande. Eu morava perto do Maracanã quando era pequeno e, ao passar pelo estádio, me imaginava vestindo ela - ressaltou.

O jogador do Bayer Leverkusen subiu para os profissionais do Rubro-Negro precocemente, devido à capacidade demonstrada nas categorias de base. Tão logo iniciou suas arrancadas em alta velocidade e mostrou sua técnica na equipe principal, teve o rápido reconhecimento do clube.

- A história da camisa 10 surgiu antes do clássico contra o Vasco pela Copa do Brasil de 2006. Quando fui para o profissional, já havia uma numeração fixa de camisa e usava a 36. Lembro que ficava com o Jônatas (ex-Fla) na concentração e o Toró (atualmente no Atlético-MG) chegou no quarto dizendo que o Kléber Leite, vice-presidente de futebol na época, queria falar comigo. Na hora, pensei que não iria mais para o jogo. Liguei para ele um pouco tenso e fiquei ainda mais nervoso quando me comunicou que usaria a camisa 10. Comecei a suar na hora, mas tudo passou quando entrei em campo. O jogo terminou com a nossa vitória por 2 a 0 e festejei muito. Foi inesquecível - afirmou Renato Augusto.
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COM A PALAVRA
Thiago Bokel
Setorista do Flamengo em 2007 e atualmente Editor do L!

A semana que antecedeu o título estadual do Flamengo de 2007 foi das mais conturbadas. Na quarta-feira, o time perdeu o primeiro jogo das oitavas de final da Libertadores para o Defensor, por 3 a 0, no Uruguai. Na quinta, desembarque com jogadores desanimados, sem treino. Sexta pela manhã, a bomba: Juninho Paulista estava desligado do elenco e daria uma coletiva num restaurante no Recreio dos Bandeirantes uma hora e meia antes do treino no Ninho do Urubu.

Após a coletiva de Juninho, fui ao treino. O clima era o pior possível. Ninguém brincava com ninguém. Caras fechadas e um silêncio fúnebre. Parecia impossível que aquele grupo pudesse conquistar um título apenas dois dias depois.

Mas no sábado, o clima já era outro. Ney Franco, técnico na época, parecia ter conseguido, em uma noite, aparar todas as arestas. Ali, sim, era possível acreditar.

Veio o jogo de domingo. Após um primeiro morno, com leve superioridade do Botafogo, Souza abriu o placar no início do segundo tempo. Mas com gols de Juninho e Dodô, praticamente na sequência, o Alvinegro, que tinha um time melhor na época, virou. E não só virou como passou a dominar a partida. Perdeu duas ótimas chances, uma com o próprio Dodô e outra com Joílson.

A torcida rubro-negra já dava mostras de que não acreditava mais. Poucas vezes presenciei isso. Não os via cantar. Foi quando Renato Augusto acertou um chute inimaginável, de muito longe. A bola foi no ângulo de Max. O Flamengo renascia, tanto em campo quanto nas arquibancadas. E o Botafogo sentiu o golpe. Dodô foi expulso nos acréscimos, ao receber o segundo cartão amarelo no jogo, após fazer um gol mesmo depois de o auxiliar ter marcado impedimento - que não existiu. O jogo foi para os pênaltis e Bruno resolveu a parada.

O gol de Renato Augusto tinha a magia da camisa 10. Ele não era, reconhecidamente, um bom chutador. Até aquele momento. Um chute capaz de apagar qualquer problema. Gol de camisa 10 da Gávea.
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Raio x do 10

Nome: Renato Soares de Oliveira Augusto
Dia do Nascimento: 8/2/1988
Nascimento: Rio de Janeiro (RJ)
Posição: Meia
Altura: 1,86m e 86kg
Jogos pelo Fla: 95 Golspelo Fla: 11
Títulos pelo Fla: Copa do Brasil (2006), Campeonato Carioca (2007), Campeonato Carioca (2008)
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Palavra do Galinho

"É mais um jogador criado nas divisões de base do Flamengo. Saiu muito novo da Gávea, mas aproveitou bem a oportunidade que teve. Tem ainda um belo futuro pela frente".

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