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terça-feira, 3 de março de 2009

Zico - o torcedor e maior jogador da história do Flamengo



Introdução
Arthur Antunes Coimbra (Rio de Janeiro, 3 de Março de 1953), mais conhecido como Zico, foi um dos maiores atacantes de futebol do Brasil. Se notabilizou mundialmente a partir da conquista da Taça Libertadores da América e do Campeonato Mundial de Clubes pela equipe carioca do Flamengo, bem como por suas participações pela seleção brasileira nas Copas de 1982 (Espanha) e 1986 (México). Atualmente é treinador do Fenerbahçe, da Turquia, e foi treinador da Seleção Japonesa de Futebol na Copa do Mundo da Alemanha em 2006.

Biografia

É considerado por muitos especialistas, profissionais do esporte e, em especial, os torcedores do Flamengo, o maior jogador brasileiro e o maior jogador da história do mundo. Atuou no Flamengo durante a maior parte de sua carreira, entre 1967 e 1989, com uma interrupção entre 1983 e 1985, período em que esteve na Itália, jogando pela Udinese. Não são poucos, também, os que o consideram como o melhor jogador de futebol dos anos 80.

No Flamengo, Zico liderou a conquista de quatro (4) títulos nacionais, em 1980, 1982, 1983 e 1987, da Taça Libertadores da América e do Mundial Interclubes, em 1981, dentre diversos outros títulos, no período chamado de "Era Zico". Por conta disso, é até hoje o maior ídolo da torcida do Flamengo.

No Mundial Interclubes de 1981, o título mais importante do Flamengo, Zico e toda a equipe tiveram uma exibição primorosa contra o Liverpool FC, considerado pela imprensa o "time europeu da década", tendo conquistado entre 1973 e até o jogo contra o Flamengo cinco campeonatos ingleses e três Copa dos Campeões da UEFA. Ao ser indagado sobre o favoritismo dos britânicos, Zico teria dito: "eles são favoritos sim, mas para o segundo lugar, o que é até muito honroso".

Tem uma esposa, Sandra, com quem teve três filhos: Júnior, Bruno e Tiago. Mede 1,72 cm, e pesa 72 kg.

O início de sua carreira

Zico jogava num pequeno time de futebol de salão formado por amigos e familiares, o Juventude de Quintino, do bairro de Quintino Bocaiúva, na zona norte do Rio de Janeiro. Além do Juventude, ele passou a praticar o esporte conhecido hoje como futsal no River Futebol Clube, tradicional clube da Piedade, onde um dos professores era Joaquim Pedro da Luz Filho, Seu Quinzinho.

No River, seu futebol ainda menino chamou a atenção. Mas seu primeiro clube de futebol de campo foi o Flamengo, para onde se transferiu aos catorze anos de idade, quando em 1967 o radialista Celso Garcia, amigo da família, assistiu uma partida de Zico em um torneio no River Futebol Clube, onde jogava com a camisa do Santos, e o levou para a escolinha de futebol do clube. Zico só estreou no time principal em 1971, em uma partida contra o Vasco da Gama, cujo placar terminou 2 a 1 para o time rubro-negro. Zico só foi se firmar como titular na equipe em 1974, depois de passar por uma intensa preparação física, devido ao corpo antes franzino.

Devido ao seu franzino corpo de início de carreira e de seu bairro de origem (Quintino) ganhou o carinhoso apelido de "Galinho de Quintino".

Atuou pela seleção brasileira de futebol de 1976 à 1986, tendo marcado 66 gols em 89 partidas e perdido uma única partida no tempo normal de jogo, contra a Itália, no estádio do Sarriá, na Copa da Espanha, em 1982. Participou ainda das Copas do Mundo de 1978, e 1986.

Sua estréia na seleção ocorreu numa excursão na qual o Brasil enfrentou países sul-americanos. Fez belos gols de falta e assumiu a condição de maior esperança do Brasil após o término da carreira de Pelé. Sua participação na Copa de 1978, contudo, foi curta, tendo sido encerrada logo na primeira fase após sofrer uma grave contusão muscular, contra a Polônia.

Seu auge foi na Copa de 1982, mas acabou vendo frustada mais uma vez a sua vontade de ganhar uma Copa, quando o Brasil foi eliminado pela Itália. Marcado de perto pelo zagueiro Claudio Gentile, o Galinho chegou a ter sua camisa rasgada em um puxão dado pelo italiano dentro da grande área, mas o árbitro incrivelmente ignorou o lance e não marcou pênalti.

Na sua última chance de ser campeão de uma copa como jogador, em 1986, Zico acabou sendo responsabilizado pela desclassificação de sua equipe diante da França, nas quartas-de-final do torneio. Na sua segunda partida na Copa, Zico fez um lançamento preciso e milimétrico para o jogador Branco, que foi derrubado dentro da grande-área, tendo o juiz marcado penalidade máxima. Zico, cobrador oficial de pênaltis da seleção, teve o pênalti defendido pelo goleiro Batts no tempo normal de jogo, que acabou empatado em 1 a 1. Ele converteu sua cobrança na decisão por penalidades, mas a França venceu por 4 a 3. Os jogadores Michel Platini, pela França, e Sócrates e Júlio César, pelo Brasil, erraram suas cobranças.

Pela Seleção Pré Olímpica, Zico foi durante o torneio classificatório para as Olímpiadas, um dos destaques da Seleção. Inclusive fez o gol da classificação, porém foi de maneira suspeita cortado dos Jogos.

Na Copa do Mundo de 1990, o técnico Sebastião Lazaroni chegou a conversar com Zico se o jogador não poderia repensar a sua decisão de não disputar a Copa. Com outros planos, o Galinho optou por não jogar.


Udinese
Quando Zico chegou na Udinese, seu futebol de craque e o exemplo de humildade, de simplicidade levaram a redescobrir o charme discreto e a humanidade de Udine. Suas qualidades deram status e vida a uma cidade quieta e silenciosa demais. Quem sintetizou de forma mais aprimorada a grande metamorfose operada por ele foi o jornalista italiano, do "Il Gazzettino de Veneza", profissional encarregado de seguir os passos do Galinho, Luigi Maffei.

"Para nós, friulanos, Zico tem o mesmo significado de um motor da Ferrari colocado dentro de um fusca. Sentimo-nos os únicos no mundo a possuir um carro tão maravilhoso e absurdo".

Muito impressionante foi a repercussão da contratação do craque pela Udinese: "ou Zico ou Áustria".

Foi uma manifestação iniciada pela torcida do Udinese e por grande parte da população da cidade, em pé de guerra contra a realização dos dirigentes de Roma, que consideravam absurdo aprovar uma operação de US$ 4 milhões, a maior até então do futebol italiano, para a contratação de um jogador.

Era muito nítida a mensagem da torcida e da população: sem Zico, eles preferiam voltar sob o domínio austríaco, situação que existiu no Friuli até 1866. Essa ameaça separatista foi levada muito a sério pelo então presidente italiano, Sandro Pertini, que interveio a favor da contratação de Zico.

Na sua chegada, duas mil pessoas o esperavam. Parecia quase um papa acenando para a multidão. O que poucos sabem no Brasil, é que Zico marcou muitos (e belos) gols pela Udinese. Em uma temporada ficou apenas um gol atrás do artilheiro, o francês Michel Platini (da Juventus), que havia jogado seis partidas a mais que o Galinho.

Em uma sondagem realizada (11/2006) pelo jornal italiano La Repubblica, sobre os maiores jogadores brasileiros na Itália, Zico aparece em primeiro. A pesquisa aponta os 10 (dez) brasileiros que mais marcaram o futebol do país, são eles: Zico, Falcão, Kaká, Careca, Júnior, Ronaldo, Cerezo, Aldair, Cafu e Emerson.

A contusão

Zico retornou ao Flamengo em 1985, muito festejado pela torcida, mas, no mesmo ano, sua carreira sofreu o mais duro golpe. Em uma partida contra o Bangu, o jogador Márcio Nunes cometeu uma falta desleal, entrando com os dois pés no joelho esquerdo de Zico. A jogada rompeu os ligamentos cruzados do joelho do jogador, que teve que se submeter a diversas operações e, segundo ele, "aprender a andar de novo". Mais tarde disse não guardar mágoas do zagueiro.

Política
De 1990 à 1991, durante o governo do Presidente Fernando Collor, foi Secretário Nacional de Esportes.

Japão

Em 1991, retornou ao futebol, para disputar o campeonato japonês. Seu retorno aos gramados, junto com outros jogadores famosos já aposentados ou em vias de se aposentar é hoje apontado como uma das maiores razões da popularização do futebol no Japão.

Em 1994, deixou definitivamente de atuar como futebolista. No Japão ele atuou pelo Sumitomo Metals e pelo clube originado deste, o atual Kashima Antlers, de 1991 a 1994.

O Galinho ganharia também uma bela estátua em sua homenagem. Zico é muito reverenciado no Japão, e outra prova disso, é o apelido carinhoso "God of Soccer" (Deus do Futebol).

Treinador

Desde junho de 2002 exerceu o cargo de técnico da seleção japonesa de futebol. Apesar de ter sido várias vezes convidado a assumir cargos no Flamengo, Zico nunca aceitou. Especula-se que isso se deva em grande parte aos rumos tomados pelas administrações do clube carioca, que desde a época de Zico vêm gradativamente acumulando divídas e maus resultados. É atualmente técnico de futebol e de 2004 até 2006 dirigiu a seleção do Japão, que, apesar de ter sido a primeira classificada, foi eliminada na primeira fase da Copa do Mundo de 2006. Foi também campeão asiático com a seleção japonesa em 2004. Após a copa foi contratado para treinar a equipe do Fenerbahçe, da Turquia.

Estatísticas nos clubes
Time Número de Gols Partidas Média de Gols
Flamengo 509 731 0,70
Udinese 56 79 0,70
Sumitomo 27 31 0,87
Kashima Antlers 27 57 0,47
Seleção Brasileira 66 88 0,75
Seleção Brasileira de Masters 10 18 0,56
Outros 131 176 0,75
Total 826 1180 0,70

Estatísticas no Flamengo
Ano Jogos Gols Marcados
1971 17 2
1972 8 0
1973 52 13
1974 64 49
1975 76 52
1976 72 55
1977 45 39
1978 34 26
1979 70 81
1980 53 47
1981 58 45
1982 56 48
1983 30 20
1985 13 7
1986 6 4
1987 18 6
1988 26 6
1989 33 9
1990 1 0
Total 732 509

Títulos
Futebol Flamengo

ZicoMundial Interclubes (Flamengo, 1981)
Taça Libertadores da América (Flamengo, 1981)
Campeonato Brasileiro (Flamengo, 1980, 82, 83 e 87)
Campeonato Carioca (7) (Flamengo, 1972, 74, 78, 79 (Especial), 79, 81 e 86)
Taça Guanabara (9) (Flamengo, 1972, 73, 78, 79, 80, 81, 82, 88 e 89)
Troféu Ramón de Carranza (2) (Flamengo, 1979 e 80)
Torneio de Goiás (Flamengo, 1975)
Torneio de Jundiaí (Flamengo, 1975)
Taça Rio de Janeiro (Flamengo, 1986)
Taça Euzébio de Andrade (Flamengo, 1987)
Copa Kirin (JAP) (Flamengo, 1988)
Troféu Colombino (Flamengo, 1988)
Torneio de Mato Grosso (Flamengo, 1976)
Troféu Ciudad de Santander (Flamengo, 1980)
Torneio de Nápoles ([[Flamengo], 1981)
Torneio de Hamburgo (ALE) (Flamengo, 1989)
Campeonato Carioca Infantil (Flamengo, 1969)
Campeonato Quadrangular Infantil (Flamengo, 1969)
Campeonato Carioca Juvenil (Flamengo, 1972)
Seleção Brasileira
Torneio Pré-Olímpico (Seleção Brasileira, 1971)
Copa Roca (Seleção Brasileira, 1976)
Copa Rio Branco (Seleção Brasileira, 1976)
Mundialito de Cáli (COL) (Seleção Brasileira, 1977)
Torneio Bicentenário dos EUA (Seleção Brasileira, 1976)
Seleção Brasileira Masters
Copa do Craque (Seleção Brasileira Masters, 1990)
Copa Pelé (Seleção Brasileira Masters, 1991)
Seleção Brasileira de Futebol de Praia
Mundial de Futebol de Praia (2) (Seleção Brasileira, 1995 e 1996)
Copa América de Futebol de Praia (2) (Seleção Brasileira 1995 e 1996)
Torneio Internacional de Futebol de Praia (JAP) (Seleção Brasileira)
Udinese
Torneio Quadrangular de Udine (Udinese, 1983)
Kashima Antlers
Copa Muroran (JAP) (Kashima Antlers, 1992)
Copa Suntory (1ª fase) (JAP) (Kashima Antlers, 1993)
Meiers Cup (JAP) (Kashima Antlers, 1993)
Pepsi Cup (JAP) (Kashima Antlers, 1993)
Como técnico
Copa da Ásia (Seleção Japonesa, 2004/05)
1º lugar nas eliminatorias asiáticas para a Copa do Mundo da Alemanha (2006)
2007 Campeão da Turquía com o Fenerbahçe
Prêmios
Melhor Jogador do Futebol Brasileiro nos últimos 30 anos - Rede Globo/Globo Esporte (BRA) - (2003)
Melhor jogador das Américas eleito pelo jornal "El Mundo" (VEN) - (1977)
Melhor jogador do mundo eleito pelo "Guerin Esportivo" (ITA), "El Balón" (ESP), "El Mundo" (VEN) e revista "Placar" - (1981)
Melhor jogador das Américas eleito pelos jornais "El Gráfico" (ARG) e "El Mundo" (VEN) - (1982)
Bola de Prata - Revista Placar - (1987)
Bola de Ouro - Revista Placar - (1982)
Bola de Prata - Revista Placar - (1982)
Bola de Prata - Revista Placar - (1977)
Bola de Prata - Revista Placar - (1975)
Bola de Ouro - Revista Placar - (1974)
Bola de Prata - Revista Placar - (1974)
(Não estão computadas neste capítulo do artigo, os prêmios de Bola de Prata - Revista Placar para artilheiro. Zico é o recordista de prêmio com 5 Bolas de Prata, 2 Bolas de Ouro e 2 Artilharias. No total são nove prêmios ao longo da sua participação no Campeonato Brasileiro.)

Recordes
Maior vencedor de todos os tempos do prêmio Bola de Prata/Bola de Ouro da Revista Placar.
Artilheiro da temporada no Brasil - 59 gols - 1982
Recorde de gols pelo Flamengo em uma só temporada - 49 gols - 1974
Recorde de gols pelo Flamengo em uma só temporada - 56 gols - 1976
Recorde de gols em partidas seguidas no Campeonato Japonês - 11 gols em 10 jogos seguidos - 1992
Maior artilheiro de todos os tempos do Estádio Mário Filho (Maracanã)
Artilharia
Campeonato Carioca de Escolinha - 26 gols - 1970
Campeonato Carioca Infantil 1 - 9 gols - 1971
Campeonato Carioca Profissional - 30 gols - 1975
Taça Guanabara - 10 gols - 1975
Campeonato Carioca - 27 gols - 1977
Campeonato Carioca - 19 gols - 1978
Campeonato Carioca - 26 gols - 1979
Campeonato Especial - 34 gols - 1979
Torneio Ramón de Carranza - 3 gols - 1979
Torneio Ramon de Carranza (ESP) - 2 gols - 1980
Torneio de Santander (ESP) - 3 gols - 1980
Campeonato Brasileiro - 21 gols - 1980 (Rendendo também o prêmio de Bola de Prata da Revista Placar)
Taça Libertadores da América - 11 gols - 1981
Torneio de Nápoles (ITA) - 4 gols - 1981
Campeonato Brasileiro - 21 gols - 1982 (Rendendo também o prêmio de Bola de Prata da Revista Placar)
Taça Guanabara - 12 gols - 1982
Campeonato Carioca - 21 gols - 1982
Campeonato Italiano - 19 gols- [[1983]
Campeonato Japonês - 21 gols - 1992

Fonte: http://www.flamengo.com.br/flapedia/Zico

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