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terça-feira, 3 de março de 2009

Parabéns, Galinho

No aniversário de 56 anos de Zico, o JS presta uma homenagem ao eterno camisa 10 da Gávea

Vinicius Castro

Rio de Janeiro - O maior ídolo da história do Flamengo completa mais um ano de vida e continua encantando gerações mesmo já tendo se passado cerca de 19 anos da sua despedida oficial com a camisa rubro-negra. Muitos torcedores consideram o dia 3 de Março como Natal. Dizem que é o dia, em que nasceu o “Messias”, o salvador da torcida Rubro-Negra e o mágico das tardes de Domingo no Maracanã.

Zico é mais do que ídolo, é considerado um mito, um Deus para a torcida do Flamengo. É reverenciado de forma incondicional e apaixonada. Zico é capaz de lotar o Maracanã em um período de férias, para uma simples partida de final de ano. Vê-lo, para muitas pessoas, é a realização de um sonho. Gritar o seu nome no Maracanã é uma obrigação e um dever. É dar de volta, o que o camisa 10 já deu ao clube e aos seus torcedores.

Os mais antigos contam histórias sobre ele. Lembram de Zico com nostalgia. Em um jogo no Maracanã é comum escutar nas arquibancadas: Ai que saudade do Zico... Essa o Zico não perdia... Chama o Zico pra bater a falta... Daí para o Zico era "saco"... Não se faz mais camisas 10 como o Zico...

Nova geração

Os mais novos assistem DVD’S, leem livros, conversam com os mais antigos, e muitos sem quase o ter visto jogar, o idolatram. O camisa 10 é uma paixão indescritível para o torcedor do Flamengo e admirado pelas outras torcidas. Nunca comemorou um gol menosprezando o adversário. Tinha o prazer de marcar e correr para a torcida do Flamengo. Até hoje, diz ser essa, a única coisa que sente saudade no futebol. O seu encontro com a torcida Rubro-Negra é uma cena incrível. A química entre as duas partes é fora de série. É o tipo de acontecimento, digno de um filme, quadro, pintura, arquitetura, o que tiver de ser...

Zico nasceu no dia 3 de Março de 1953. A partir desse dia, a história do Flamengo mudou. Em sua passagem pela Gávea, conquistou os maiores títulos da história do clube. Entre eles: um Mundial Interclubes, uma Libertadores da América, quatro Campeonatos Brasileiros, sete Campeonatos Estaduais e muitos outros.

Jorge Cury

Dominava a bola e Jorge Cury narrava: bola no meio com Zico... “ESCRAVIZA” a pelota. Zico podia fazer um golaço ou bater um simples pênalti, o mesmo Cury, narrava com um entusiasmo impressionante: “É golaço!" Aço! Aço! Aço! ZIIIIICÃO! Camisa número 10!

Uma definição do talento "monstruoso" de Zico veio do jornalista Renato Maurício Prado.

Só tinham craques

"Em um time de “monstros” como o Flamengo de 81, com Adílio, Andrade, Leandro, Júnior e todos os outros. Zico era o “MONSTRO”. Quando o jogo apertava, jogadores desse nível gritavam: Dá no galo! Dá no Zico que ele resolve!”.

Muitas pessoas perguntam qual o gol que Zico mais gosta. E ele surpreende dizendo que não é um gol que marcou:

"Foi o da final de 1978. Eu estava próximo ao córner e o Marco Antônio (zagueiro do Vasco) botou a bola pra fora. Eu não tinha costume de bater escanteio, mas como o jogo estava acabando, fui lá e bati. Fiz sinal para o Rondinelli. Havia uma combinação para essa jogada só em cobranças de falta, mas ele foi malandro, porque ficou esperando. Eu fiz o sinal e quando ele partiu, eu mandei. A bola caiu certinha atrás do Orlando e do Abel, e ele fez o gol. Foi ali que começou a era dourada do Flamengo! Me arrepio com esse gol até hoje quando o revejo", revelou.

Dedicação ao Fla

Zico foi um exemplo de dedicação ao Flamengo e a sua carreira. No início, dormia apenas quatro horas por noite, devido as forte cargas de treinamento. Trabalho que deu certo e o elevou ao status que possui. Sobre a sua habilidade, Zico volta no tempo para explicar.

"Cresci aprendendo a resolver os problemas no meio da rua. Isso te dá uma personalidade muito grande, você tem as suas brincadeiras, os seus jogos e não tem esse negócio de papai e mamãe. Passava o horário da escola e a gente ficava solto, soltando pipa, jogando bola de gude, futebol... Às vezes eu passava o dia inteiro com a bola. Fazia bolinhas de meia, pegava aquelas bolas de borracha e tacava na parede para ficar tentando dominar. Às vezes brincava de goleiro. Tudo isso me dava reflexo. Talvez daí venha parte da minha habilidade", disse.

Muitos torcedores têm o sonho de vê-lo como presidente do Flamengo. Nessa, Zico é bem direto.

"Não é o que almejo no momento. Nem técnico, nem presidente. Gosto de tempo para trabalhar e no Brasil a cobrança por resultados é muito rápida. É complicado trabalhar com essa pressão. Muitas pessoas dizem que é uma tendência natural eu assumir o clube. Mas honestamente não sei. O tempo vai dizer", encerrou.

O certo é que o tempo passa e Zico continua sendo amado pela Nação Rubro-Negra. Hoje, completa-se mais um ano dessa paixão. Uma paixão que já dura 56 anos e que certamente será eterna.

Parabéns Galinho!

Fonte: http://jsports.uol.com.br/portal/processa.php?modulo=montasecao&secao=2&materia=80141&pg=1&st=flamengo&mt=parabeeacutens_galinho

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