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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Superando limites


O time de Jayme de Almeida superou as muitas e justas desconfianças por uma temporada que seria sofrível sem o título e a vaga direta na Libertadores.
Superou o abandono de Mano Menezes, que nas entrelinhas condenou o time ao fracasso antes de deixar o comando técnico. Após sofrer uma goleada no Maracanã para o Atlético-PR. Estádio e adversário da final da Copa do Brasil.
Equipe de Vagner Mancini que deixou de lado a intensidade na Vila Capanema e no jogo derradeiro mudou taticamente para o 4-2-3-1 com a entrada de Felipe na vaga de Everton e viveu de bolas esticadas para Marcelo no primeiro tempo. Ora à direita, ora pela esquerda, mas bem marcado pelos corretos Wallace e Samir.
Na segunda etapa, substituições que foram empurrando o time para frente e aumentando a estatura: Dellatorre, Ciro e o zagueiro Cléberson para receber as muitas bolas cruzadas. Fraco repertório de quem mostrou muito mais ao longo da temporada e exagerou no pragmatismo quando precisou decidir.
Com calma, simplicidade, paciência e humildade, o Flamengo de Jayme superou a tentação de entrar no clima festivo da torcida. Nem sinal do sempre perigoso "oba oba". Também não houve desespero na dificuldade do início do segundo tempo, quando a equipe não conseguia trocar três passes. Apenas apoio dos quase 60 mil flamenguistas, apesar do baixíssimo nível técnico da partida - mesmo descontando a tensão natural de uma decisão.
O time que venceu apesar de Carlos Eduardo. O meia, reforço milionário que virou atacante no 4-4-2 armado pelo treinador para que o meio-campo tivesse solidez e seus erros não atrapalhassem tanto a dinâmica de jogo. Sem um reserva com características parecidas e desempenho convincente, foi ficando. Não faltou esforço também. Em campo, porém, parecia claro a cada minuto que o time só teria fluência e velocidade na transição ofensiva quando o camisa vinte deixasse o campo.

Primeiro tempo: Flamengo no 4-4-2 forçando pela direita com Léo Moura e Luiz Antonio; Atlético-PR vivendo de bolas longas para Marcelo.

Jayme superou a tentação de empurrar o time limitado para o ataque em busca do gol que, na frieza dos números, não precisava. Mas tentou muito na primeira etapa, pela direita com Leonardo Moura e, principalmente, Luiz Antonio. O volante que virou meia aberto à direita foi responsável por quatro dos sete chutes no primeiro tempo. Dois que deram trabalho ao goleiro Weverton e a cobrança de falta no travessão.
Com o volante Diego Silva na vaga de Carlos Eduardo, Elias avançado e os espaços cada vez mais generosos cedidos pelo adversário que necessitava ir às redes, o Flamengo enfim superou o rubro-negro do Paraná nos minutos finais.
Quarenta e três minutos. Jogada de Paulinho, o meia-ponta veloz e driblador, gol de Elias. Nada parecia mais simbólico. Afinal, foi com um gol do camisa oito nos mesmos 43 minutos das oitavas-de-final contra o Cruzeiro campeão brasileiro no Maracanã lotado que começou a saga em busca da terceira conquista no torneio nacional.
Mas no Fla de Jayme de Almeida não existe vitória no Maracanã sem gol de Hernane. Artilheiro da Copa do Brasil com oito, do estádio após a reforma (17 em 17 partidas) e do time na temporada: 34, quatro a mais que a meta considerada, no mínimo, insana no início de 2013.
"Brocador" capitão com a saída de Leonardo Moura para González reforçar a bateria anti-aérea. Letal completando bela jogada de Luiz Antônio, o melhor da final. O centroavante tosco que ganhou confiança para arriscar voleios, dribles e passes refinados. Na finalização plástica, a última da partida e do torneio, encerrou trajetória tão surpreendente quanto inesquecível.

No final, três zagueiros para conter o jogo aéreo atleticano e Elias avançado para matar o jogo e a decisão nos contragolpes.

O Flamengo que já venceu tantas vezes com equipes e técnicos desacreditados é campeão mais uma vez. Superando tudo, inclusive a si mesmo.

Fonte: http://www.espn.com.br/post/372720_o-flamengo-campeao-de-jayme-elias-e-hernane-que-superou-tudo-inclusive-a-si-mesmo

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