Flávio Costa, o mais
longevo comandante
Ex-jogador foi um pioneiro como treinador
Foram dez anos
como jogador, mas não foi aí que ele conquistou notoriedade. Flávio
Costa teve uma carreira discreta entre as quatro linhas, vestindo o
Manto em uma época em que o Flamengo levantou poucas taças. Fez parte do
elenco campeão carioca em 1927, mas sua maior marca como jogador foi o
apelido. Por conta de seu temido carrinho voador, o zagueirão ficou
conhecido como "Alicate". Em compensação, foi um dos maiores técnicos,
um revolucionário no futebol brasileiro.
Em 1936,
pendurou definitivamente as chuteiras e assumiu como treinador do Mais
Querido. Já tinha ganho o cargo dois anos antes, mas voltou a jogar em
algumas oportunidades. No Mais Querido, viria a conviver com o húngaro
Dori Kruschner, que trouxe para o Brasil novidades táticas da europa. A
formação WM, inventado pelo inglês Herbert Chapman, seria prontamente
abraçada por Flávio.
Costa tinha um estilo
disciplinador, linha-dura. Era centralizador: se encarregava não só da
direção técnica, mas também da preparação física e de decisões
administrativas, como o local de concentração dos atletas.
Foi
responsável por dirigir o Flamengo em 1939, quando o clube saiu da
longa fila de 12 anos sem um título carioca. O timaço, que contava com
Yustrich, Domingos da Guia, Leônidas e Valido, goleou o Vasco por 4 a 0
na final.
Em quase 40 anos de carreira, passou pelo Flamengo em
quatro oportunidades. No total, foram 776 partidas à frente do clube,
com 443 vitórias. Flávio Costa é, até hoje, o treinador que mais dirigiu
o Rubro-Negro na história. Ao lado de Carlinhos, é também o maior
campeão: são sete títulos oficiais à frente do clube e outras seis
conquistas amistosas.
Venceu mais quatro campeonatos
cariocas pelo rival Vasco e treinou a seleção Brasileira na Copa de 50.
Era aficionado pelo Flamengo e, mesmo depois de aposentado, continuou
frequentando a Gávea, onde assistia jogos.
Faleceu em 1999, deixando saudades e um legado que até hoje é reconhecido.
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