O time de Jayme de Almeida superou as muitas e justas desconfianças por
uma temporada que seria sofrível sem o título e a vaga direta na
Libertadores.
Superou o abandono de Mano Menezes, que nas entrelinhas
condenou o time ao fracasso antes de deixar o comando técnico. Após
sofrer uma goleada no Maracanã para o Atlético-PR. Estádio e adversário
da final da Copa do Brasil.
Equipe de Vagner Mancini que deixou de
lado a intensidade na Vila Capanema e no jogo derradeiro mudou
taticamente para o 4-2-3-1 com a entrada de Felipe na vaga de Everton e
viveu de bolas esticadas para Marcelo no primeiro tempo. Ora à direita,
ora pela esquerda, mas bem marcado pelos corretos Wallace e Samir.
Na
segunda etapa, substituições que foram empurrando o time para frente e
aumentando a estatura: Dellatorre, Ciro e o zagueiro Cléberson para
receber as muitas bolas cruzadas. Fraco repertório de quem mostrou muito
mais ao longo da temporada e exagerou no pragmatismo quando precisou
decidir.
Com calma, simplicidade, paciência e humildade, o
Flamengo de Jayme superou a tentação de entrar no clima festivo da
torcida. Nem sinal do sempre perigoso "oba oba". Também não houve
desespero na dificuldade do início do segundo tempo, quando a equipe não
conseguia trocar três passes. Apenas apoio dos quase 60 mil
flamenguistas, apesar do baixíssimo nível técnico da partida - mesmo
descontando a tensão natural de uma decisão.
O time que venceu
apesar de Carlos Eduardo. O meia, reforço milionário que virou atacante
no 4-4-2 armado pelo treinador para que o meio-campo tivesse solidez e
seus erros não atrapalhassem tanto a dinâmica de jogo. Sem um reserva
com características parecidas e desempenho convincente, foi ficando. Não
faltou esforço também. Em campo, porém, parecia claro a cada minuto que
o time só teria fluência e velocidade na transição ofensiva quando o
camisa vinte deixasse o campo.
Jayme
superou a tentação de empurrar o time limitado para o ataque em busca
do gol que, na frieza dos números, não precisava. Mas tentou muito na
primeira etapa, pela direita com Leonardo Moura e, principalmente, Luiz
Antonio. O volante que virou meia aberto à direita foi responsável por
quatro dos sete chutes no primeiro tempo. Dois que deram trabalho ao
goleiro Weverton e a cobrança de falta no travessão.
Com o volante
Diego Silva na vaga de Carlos Eduardo, Elias avançado e os espaços cada
vez mais generosos cedidos pelo adversário que necessitava ir às redes,
o Flamengo enfim superou o rubro-negro do Paraná nos minutos finais.
Quarenta
e três minutos. Jogada de Paulinho, o meia-ponta veloz e driblador, gol
de Elias. Nada parecia mais simbólico. Afinal, foi com um gol do camisa
oito nos mesmos 43 minutos das oitavas-de-final contra o Cruzeiro
campeão brasileiro no Maracanã lotado que começou a saga em busca da
terceira conquista no torneio nacional.
Mas no Fla de Jayme de
Almeida não existe vitória no Maracanã sem gol de Hernane. Artilheiro da
Copa do Brasil com oito, do estádio após a reforma (17 em 17 partidas) e
do time na temporada: 34, quatro a mais que a meta considerada, no
mínimo, insana no início de 2013.
"Brocador" capitão com a saída
de Leonardo Moura para González reforçar a bateria anti-aérea. Letal
completando bela jogada de Luiz Antônio, o melhor da final. O
centroavante tosco que ganhou confiança para arriscar voleios, dribles e
passes refinados. Na finalização plástica, a última da partida e do
torneio, encerrou trajetória tão surpreendente quanto inesquecível.
O
Flamengo que já venceu tantas vezes com equipes e técnicos
desacreditados é campeão mais uma vez. Superando tudo, inclusive a si
mesmo.
Fonte: http://www.espn.com.br/post/372720_o-flamengo-campeao-de-jayme-elias-e-hernane-que-superou-tudo-inclusive-a-si-mesmo
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