Nação Rubro-Negra dá adeus a Carlinhos 'Violino'
Um dos maiores nomes da história do futebol do Flamengo morre nesta segunda-feira (22.06); ex-atleta e treinador em duas conquistas nacionais, ídolo faleceu aos 77 anos de idade
Nesta
segunda-feira (22.06), a torcida do Flamengo deu adeus a um de seus
maiores ídolos. Vítima de insuficiência cardíaca, Luiz Carlos Nunes da
Silva, o Carlinhos Violino, morreu aos 77 anos. Um dos grandes craques e
treinadores do clube, Violino recebeu o apelido pela elegância e
precisão em campo, quando jogava como volante, mas a alcunha também
poderia se referir à música que conduzia os times que comandou como
técnico. O velório do ídolo será nesta terça-feira (23.06) na sede
social do Flamengo, das 10h às 16h, no salão nobre. Em seguida, o
Memorial do Carmo, no Caju, recebe familiares e amigos para a cremação,
às 18h.
Defendendo o Manto Sagrado dentro das quatro
linhas, de 1958 a 1969, participou das conquistas de dois campeonatos
estaduais e do Torneio Rio-São Paulo de 1961. Defensor como poucos, foi
um dos únicos a ganhar o Prêmio Belfort Duarte, por nunca ter sido
expulso de campo, e é apontado até hoje como um dos maiores da posição
no futebol brasileiro. Carlinhos, que recebera as chuteiras de Biguá
quando garoto, na despedida do jogador em 1954, repetiu o gesto em sua
aposentadoria como atleta, passando seu instrumento de trabalho para um
garoto promissor da Gávea - Arthur Antunes Coimbra, o Zico. Aquele não
seria o final de Violino, e sim um novo começo, como treinador.
Treinador multicampeão
Carlinhos
chamava a sede social da Gávea carinhosamente de "segunda casa". Mesmo
após pendurar as chuteiras, o jogador nunca perdeu vínculo com seu clube
de coração. Tendo trabalhado no Flamengo por muitos anos, Violino
recebeu sua primeira oportunidade como treinador do time profissional de
futebol ao substituir Paulo César Carpegiani, no ano de 1983. Naquele
ano, Carlinhos fez parte da conquista do tricampeonato brasileiro, já
que assumiu o time como interino na campanha que teria como comandante o
então treinador Carlos Alberto Torres.
Violino
chegou a treinar outros clubes, mas sua paixão pelo Flamengo resultaria
em sete passagens pela Gávea. Pela habilidade de contornar crises,
ficou conhecido internamente como um "bombeiro" do clube. Em muito pouco
tempo, saiu da condição de 'sempre interino', passando a ser
extremamente respeitado como treinador e conquistando de vez a Nação
Rubro-Negra, com seu carisma, serenidade e estrela. Depois de levar o
Flamengo ao tetracampeonato brasileiro, em 1987, e ser bicampeão da Taça
Guanabara (1988-1989), o ex-jogador assumiu o Mais Querido novamente em
1991, para disputar o Campeonato Carioca (em que foi campeão) e a
Supercopa dos Campeões, com um time considerado mediano. No ano
seguinte, comandou o time que surpreendeu a todos ao chegar na fase
final do Campeonato Brasileiro de 1992 e se sagrar pentacampeão após
dois jogos históricos contra o rival Botafogo.
Depois
desta marcante passagem, ainda viriam outras três, com mais alguns
títulos para o currículo do inesquecível Violino: os campeonatos
cariocas de 1999 e 2000 e a Copa Mercosul de 1999. Seus números
impressionantes à frente do Rubro-Negro levaram muitos dos 40 milhões de
apaixonados pelo Flamengo a colocarem Carlinhos como o melhor técnico
da história do clube.
No dia 12 de fevereiro de 2011, o ídolo foi eternizado na sede que tanto amava com a inauguração da "Praça Carlinhos", que também ganhou seu nome na Gávea.
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